Resgatar e Preservar a Sabedoria Ancestral dos Povos Nativos
A Búfalo Branco®
Há muito tempo o povo nativo vem sendo dizimado e seus saberes ancestrais se vão junto, por tratar-se de uma tradição oral. Muitos, hoje, já não vivem mais em suas aldeias, não praticam a língua, os rezos, cantos e demais rituais de suas etnias.
Assim surge a Búfalo Branco, que tem como missão o resgate e a preservação da cultura nativa através da moda. Acreditamos que o contato e reverência aos nossos ancestrais é algo magnífico, pois através deles nos curamos, curamos nossos antepassados e somos impulsionados para a vida.
Buscamos trazer para o momento presente uma moda que valorize, traga beleza e conte histórias sobre o Caminho Vermelho (xamanismo) às quatro direções sagradas.
O nome da marca é uma homenagem para uma grande anciã que agraciou com vasta sabedoria o povo norte-americano, os lakotas. Em breve relato na obra “Alce Negro Fala”, o nativo americano do povo Sioux- Oglala partilha com John Neihardt sobre este grande ser:
“Há uma história que conta o modo como o cachimbo nos foi dado. Há muito tempo, segundo dizem, andavam dois batedores à procura de bisontes. Encontrando-se no cimo de uma colina virados para o Norte repararam que, vindo de muito longe, algo se aproximou o suficiente, os dois batedores gritaram: <<É uma mulher!>> E era mesmo. Então, um dos batedores, insensato, teve maus pensamentos e falou-os em voz alta, dizendo-lhe o outro: <<É uma mulher sagrada; deita fora os maus pensamentos.>> Quando a mulher se aproximou ainda mais, repararam que usava um lindo vestido branco de pele de veado, cabelos muito compridos, e que era jovem e bela. Ela leu-lhes os pensamentos e disse como se cantasse: <<Vocês não sabem quem eu sou, mas se quiserem fazer como mandam os vossos pensamentos, aproximem-se.>> E o néscio foi logo. Mas quando chegou junto dela sobreveio uma nuvem branca que os envolveu. A bela e jovem mulher saiu da nuvem, e quando esta se dissipou o imprudente era um esqueleto coberto de vermes.
A mulher disse então ao que não era néscio: <<Vai para casa e anuncia minha vinda ao teu povo; diz-lhe que devem montar um grande tipi para mim no centro da nação.>> O homem, tomado pelo medo, partiu célere, e o povo logo fez como lhe fora ordenado, ficando à espera da mulher sagrada à volta do grande tipi. Não tiveram de esperar muito até ela aparecer, muito bela e cantando.
Ao cantar, saiu-lhe da boca uma nuvem branca de cheiro agradável. Ofereceu depois de qualquer coisa ao chefe; era um cachimbo com uma cria e bisonte esculpida num dos lados, significando a terra que nos dá a vida e nos alimenta, e doze penas de águia pendendo do tubo, simbolizando o céu e as doze luas, atadas com uma erva que nunca parte. <<Vede!>>, disse a mulher. <<Este cachimbo vos fará multiplicar e ser uma boa nação. Dele só vira o bem. Só a mão do bem o segurará e o mal não lhe poderá tocar.>> Depois de proferir estas palavras voltou a cantar e saiu do tipi; e estando o povo a vê-la afastar-se, logo ela se transformou num bisonte branco, galopando e resfolegando, até desaparecer por completo. É esta a história que me contaram. Se aconteceu ou não, não sei, mas se nos pusermos a pensar bem, é fácil perceber que é verdadeira.